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sexta-feira, 23 de março de 2018

RELATO DE PARTO

Depois de apagar umas 50 postagens de propaganda e spam que caíram no blog por engano, voltei para poder contar um pouco do que foi o parto da minha filha que nasceu agora dia 08.
Como já convivo com hipotireoidismo e talassemia desde solteira, a gestação foi considerada de risco. O GO marcava em cima com a alimentação, repouso e exercícios, e eu seguia tudo tintim por tintim.
Sempre quis fazer um parto humanizado. Graças à Carina, que era doula e cantava comigo no Laugi, conheci uma maneira mais natural de encarar o parto, as dores e o mundo novo que seria o da maternidade. Tenho casos de cesáreas necessárias, desnecessárias e requisitadas na família, partos normais felizes, trágicos e "cuspidos", e muitas pessoas olhavam pra mim e falavam "Como você é corajosa!" (para não dizer "Como você é louca!") E eu procurava uma doula que tivesse um entendimento cristão a respeito do parto e da mulher para que o trabalho de parto como um todo tivesse um sentido ainda maior.
A primeira doula, Jaqueline, estava grávida, e seu nenê nasceria um mês antes do meu. Foi imprescindível para as primeiras dúvidas e conversas, e principalmente, quando eu saía desolada do GO porque ele sempre achava alguma coisa errada no meio do caminho, embora minha gestação tenha sido bastante tranquila apesar do que eu já relatei. Mas, por causa do seu filho, ela não poderia me acompanhar durante o trabalho de parto. Ela me indicou a enfermeira obstetra Rosi e um grupo no Whatsapp para dúvidas. Esta EO deu um curso de doula em Campinas e a própria Jaqueline me indicou uma doula de lá que seria sua doula no parto do Emanuel.
A segunda doula, Fernanda, estava começando a fazer seu curso de enfermeira obstetra e temia não poder me ajudar na hora do parto. Nisso, ela mesma indicou a terceira doula.
A terceira doula, Michele, chegou a vir em casa e conversamos muito. Um doce de pessoa, artista católica da comunidade dela, tem a vibe da nossa família. Mas não conseguiu me acompanhar porque estava voltando à faculdade. As duas doulas conversaram e a Fernanda veio me doular. Nisso, eu já estava com 36 semanas de gestação. Michele será madrinha da criança.
Passei as últimas semanas fazendo exercícios, massagem, dançando, comendo tâmaras, eu parecia música descartável de tanto "descer, subir, quicar e rebolar" na bola de pilates.
Aproximava-se da data prevista do parto, dia 07/03. Nisso, as avós e os avôs já se revezavam para cuidar de mim e esperando a chegada da neta. Dia 08 tive consulta no próprio hospital e lá mesmo eles informaram que como já tinha passado as 40 semanas, eles iriam induzir o parto por causa da gestação ser de risco. Nem tinha me preparado para internar, mas avisei marido e doula para irem me encontrar no hospital. Fiquei numa sala de parto dançando "Passarinho quer voar" e bebendo água enquanto eles não chegavam. Chegou primeiro a doula, e o Zico ficou arrumando as coisas com meus pais em casa até chegar à tarde. O trabalho de indução de parto poderia durar até dois dias dependendo do efeito do comprimido (que eu não sabia que seria introduzido na porta de saída da Marina). Às 13:30 me colocaram o primeiro comprimido. Durante o repouso o Zico chega. Depois fizemos exercícios e massagens até umas 5 da tarde quando escutamos um "poc" e a bolsa rompe. A partir daí o trabalho de parto começou a evoluir rápido. Contrações de 1 em 1 minuto e às 19h dilatação de 1cm. As contrações iam aumentando e eu pedi a banheira, que tinha sido usada em outro parto e estava sendo lavada. Banheira limpa, lá fui eu. Ligamos o sonzinho com a playlist que eu tinha gravado para a ocasião. A água quente aliviava bastante enquanto aparecia a linha púrpura nas minhas costas. Quando comentei da linha púrpura antes do TP, ela ganhou o apelido de "rabinho" porque a gente achou que seria tipo um rabinho que apareceria. Rabinho aparente, às 21h eu imaginava que estava com uns 4 ou 5cm de dilatação. Fizeram exame, e eu já estava com 9cm! Parto a jato! A equipe de filmagem chegou e eu fui para o "cavalinho". Neste momento, eu entrei naquele estado que as pessoas chamam de "partolândia", no qual a gestante está tão focada no trabalho de parto que esquece do mundo. Por exemplo, chegaram umas 12 pessoas da equipe médica para assistir (a)o parto porque estava pura ocitocina, e eu só me lembro do Zico, da doula, da enfermeira obstetra e da equipe de filmagem e fotografia. Marina coroou umas 4 ou 5 vezes até que às 22:33 do dia 08/03, após 5h de trabalho de parto, ela sair de mim numa alegria sem tamanho! A sala de parto inteira emocionada e vibrando com nossa alegria durante o parto. Doeu? Claro, mas é uma dor com propósito. Marina nasceu com a mesma altura e peso da mãe quando nasci.
A trilha sonora do parto fez tanto sucesso que até as enfermeiras obstetras quiseram copiar meu pendrive.
Valeu a pena agachar corretamente para pegar as coisas no trabalho e as colegas do serviço me zoarem falando que eu ia dançar a paradinha!

2 comentários:

Unknown disse...

Opa. Como eu já disse no Facebook, me orgulho e admiro muito você, minha filha. E.T. A Marina é linda e é igualzinha você quando nasceu. Parece um clone, uma cópia xerox. Parabéns!!!

DGO disse...

Mafê, ri demais com momentos de seu relato. Tudo de mais maravilhoso no mundo pra sua família, especialmente, para a pequena Marina (lindo nome!).
Diego (ex-laugiano, caso não saiba que sou o "DGO").

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